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Ter a consciência do mistério é ter a consciência de um nada

Se eu sou nada esse nada deseja

Deus vê talvez com as pálpebras descidas

Talvez ninguém procure o fundo de si mesmo

As coisas só na aparência têm limites

Todas as coisas têm um espaço mas quais os laços

Escrevo para unir mas em cada sílaba separo

A terra era pesada como uma porta espessa

Uma linha apenas uma sinuosa linha

Pátria é uma palavra que podemos dizer

Chamo pátria de profundas veias

O instante do silêncio

A matéria do desejo

No jardim

Já disse tantas vezes o que disse

Não podemos dizer

Já todos os meus gestos têm a geometria de um desenlace

À minha primeira questão Quem sou eu?

Quero ser outro e é outro que eu me vejo

Agrípia

Cerealina

Passa uma ave de sombra